Ou dá, ou desce!

E agora José? Acreditar na Globost.. ops, Rede Globo ou o bispo-empresário Edir Macedo? A verdade é que, para quem não está acompanhando tão de perto, o caso virou uma verdadeira guerra entre as emissoras. Apesar do conflito vir há tempos, ele só veio a tona no dia 11 desse mês de Agosto, quando em pleno Jornal Nacional foi apresentada a acusação criminal contra o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo os promotores houve desvio de dinheiro das doações dos fiéis e aproveitamento da isenção de impostos oferecidos a qualquer tipo de igreja, fato determinado pela Constituição (olha o Direito aí gente!). Assim, os tão polêmicos dízimos foram aplicadas em compras empresariais e não em obras de caridade ou manutenção de templos. No português claro: as palavras ditas pelos jornalistas símbolos de transparência da Rede Globo para muitas famílias brasileiras, William Bonner e Fátima Bernardes, acusam a Igreja de Edir Macedo de visar o lucro com relação aos dízimos dos fiéis.

“A atuação da quadrilha não conheceu limites. Seus integrantes se utilizaram da Igreja Universal do Reino de Deus para a prática de fraudes, em detrimento da própria Igreja e de inúmeros fiéis”. Essas são as palavras que constam na denúncia do Ministério Público de São Paulo e que também foram divulgadas no Jornal Nacional.
Ora, isso na minha terra tem nome: lavagem de dinheiro! Denunciar uma figura tão importante em pleno horário nobre? Uhmm.. sinto cheiro de interesses.

Sem entrar no mérito dos dízimos (que somam 8 bilhões de reais em sete anos, nos aviões de Edir Macedo (que não são poucos), das pessoas que venderam seus móveis para contribuir com A IGREJA (e não a empresas) pois eram prometidos recompensas em dobro do valor arrecadado e nem ao vídeo de Edir Macedo ensinando pastores a extor.. e lá vai eu errando a palavra de novo, a pedir dinheiro aos fiéis (afinal, ‘Se você quiser ajudar, amém. Se não quiser, Deus vai me dar outra pessoa para ajudar, amém. Se quiser ajudar bem, se não quiser que se dane. Ou dá ou desce!’). Entrar nesses assuntos gerariam muitas polêmicas e a religião justifica-se por ela mesma (aliás, Edir Macedo diz que detesta religiões, talvez seja por isso que goste tanto de empresas).

Mas vejam só.. Por quê só agora o ministério público resolveu investigar isso? Tantos anos aí, e só agora? E mais! Por quê o MP estadual e não o federal? Sim, porque a igreja tem dimensões nacionais pra não dizer mundiais. Tudo isso pode ser erros de cálculos, mas no mínimo é muito estranho. Uma denúncia dessa amplitude justamente quando a audiência da Record está em fase ascendente em contraste com a da Globo e os rumores de tempos atrás que há uma relação amorosa entre MP estadual de SP e Rede Globo aliada aos fatos agora vistos não caem bem à reputação global. Além do que, o vazamento de informação apenas para a TV da família Marinho é muito estranho.

Pra quem não sabe, há pouco tempo atrás, a Globo tentou impedir o lançamento do canal ‘Record News’, não conseguiu. Na década de 60 a família Marinho falsificou alguns documentos, coisa básica pra eles, e tentou o famoso ‘abafa o caso’. Não conseguiu graças à outras emissoras. Acordos suspeitos, apoio a ditadura, entre outras situações suspeitas são atreladas aos Marinho.

Fica claro que esse caso vai dar o que falar. Declaro aqui todo o respeito e admiração aos evangélicos e adeptos de todas as religiões. Infelizmente, todos os religiosos saem prejudicados se realmente Edir Macedo estiver agindo da maneira como foi acusado. Todas as religiões possui seu dizimo, nada contra ele, e sim contra ao mal uso dele. Mas se o bispo não está afim de fazer obra de caridade, o mesmo não acontece com a Rede Globo. O papel do jornalismo é informar assim, mas continuo sentindo o um cheiro estranho no ar.

Bom, de qualquer forma, a monopolização de informação é um câncer no Brasil e, para o bem do jornalismo, está nitidamente sendo abalada pela Record que já começa a fazer uma pequena concorrência e a ‘roubar’ os anunciantes da empresa dos Marinho.
Então, acompanharemos ao próximo episódio sentado em nossos confortáveis (nem tão assim em Franca..) sofás com a faixa ‘manipulados’ na testa. Afinal cidadãos brasileiros, somos manipulados sim, mas bobos não.

Ou dá ou desce corja do mal!